Dia 5
O último dia nos Açores. Hoje vamos conhecer a extremidade oriental da ilha
de São Miguel. Antes de deixarmos a Ribeira dos Caldeirões visitamos no lado
oposto do parque natural uma outra cascata que também corre para a ribeira. O
dia está chuvoso mas não nos impede continuar a conhecer o que falta da ilha.
Despedimo-nos da Ribeira dos Caldeirões e seguimos para a localidade de nome
Nordeste, que por sinal fica localizada exatamente nesse ponto cardeal. Ele há
lá coincidências!!!
O Nordeste é uma pequena povoação na ilha de São Miguel com o privilégio de
ser a primeira a ver o sol nascer na ilha. Como o dia está de chuva e também
não temos muito tempo, o passeio vai ser essencialmente pela estrada. Seguimos
pela N1 até ao miradouro Ponta do Sossego com vistas soberbas sobre as escarpas
que se precipitam no Atlântico.
Continuamos até ao miradouro da Ponta da
Madrugada, onde nos disseram ser o melhor nascer do sol da ilha. Eu ainda
tentei convencer as senhoras a vir ver o nascer do sol, mas o meu esforço foi
em vão, especialmente depois de uma noite nas termas da Poça da Dona Beija.
Contentamo-nos com as vistas e com a chuva que teima em não parar hoje.
Seguimos viagem pela N1 até à localidade de Povoação, onde já tivemos no
dia anterior. Dai seguimos por uma estrada secundária para o interior da ilha.
Passamos pelo miradouro do Salto do Cavalo, outra das referências que tínhamos
para visitar. O céu estava coberto de nevoeiro o que dificultou a vista, mas
ainda assim lá conseguimos dar uma espreitadela. Dai descemos para a Ribeira
Grande.
Aproveitamos para fazer as últimas compras para levar para o continente. Na
Ribeira Grande encontramos ainda um mural em graffiti
de homenagem ao grande Nicolau Breyner. O “Sr. Contente” ficou assim
imortalizado nos Açores pela obra do artista português Sérgio Odeith numa
parede exterior de uma casa de habitação.
Antes de irmos para o aeroporto ainda passamos numa fábrica de lacticínios
para comprar mais queijo. No aeroporto tivemos de fazer uma ginástica tremenda
para conseguir enfiar tudo o que compramos nas malas, mas lá coube tudo.
Partimos com muito dos Açores connosco, mas há algo que nunca poderemos levar
que é a beleza natural desta terra abençoada. Um povo humilde, ainda não
acostumado às enchentes de visitantes, recebeu-nos de braços abertos numa ilha
que é toda ela bela. A natureza ainda se impõe sobre o betão e o dito
“desenvolvimento” e seria bom que assim continuasse. Já estivemos em algumas
partes do mundo mas este constará certamente como um dos locais naturalmente
mais bonitos e conservados que já visitamos. Quanto aos pássaros, os que dão o
nome ao arquipélago, o açor,
esses nem vê-los.
Nota de agradecimento: Grande parte dos locais que visitamos
foram recomendados pelo nosso amigo Bruno Caixeiro, um connoisseur
deste arquipélago, que atenciosamente nos preparou um guião para a viagem. A
ele o meu muito obrigado.
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