fevereiro, 2017
Dia 1
Chegamos a Ponta Delgada ao final da manhã. A viagem madrugadora de Faro a
Lisboa levou mais tempo do que a viagem até ao arquipélago dos Açores. A ilha
de São Miguel é a maior do conjunto de 9 ilhas que formam este arquipélago
português tão distante do continente.
Depois das devidas formalidades no pequeno aeroporto de Ponta Delgada,
carregamos o carro e seguimos para São Roque, cidade costeira perto de Ponta
Delgada. Ai alugamos um apartamento para passar duas noites enquanto exploramos
o lado ocidental da ilha. O apartamento fica no 13º andar naquele que é o
prédio mais alto da cidade e provavelmente de toda a ilha. Uma enorme torre
ergue-se praticamente em cima da praia com uma vista extraordinária. Não
consigo perceber como permitiram construir tamanha monstruosidade num local
onde só existem praticamente casas térreas. Aproveitamos a vista incomparável,
já que da grande janela da sala avistamos todo um oceano!
Deixamos o apartamento para irmos passear durante a tarde e a primeira
paragem foi logo na praia ao sair de casa. São Roque oferece uma das maiores
praias da ilha. O mar está calmo. A areia fina e preta de origem vulcânica dá
um ar especial à praia. Para nós “Algarvios”, habituados a extensos areais
torrados, é um misto de estranheza e curiosidade. Rapidamente nos habituamos.
Depois da praia seguimos para Lagoa, uma povoação a seguir a São Roque.
Como não poderia deixar de ser, a próxima paragem é num supermercado para
abastecer. Quando se viaja com 5 bocas é preciso ter mantimentos, especialmente
quando uma delas (a mais pequena) volte e meia está a pedir “qualquer coisinha
para comer”. Não queremos que ninguém passe mal e por isso aviamo-nos em terra.
Seguimos depois pela estrada N1 para Este até Água de Pau e depois
Caloura. Descemos até ao miradouro da Ponta da Galera onde tiramos umas
fotografias. Entretanto a Marisa deu início à colheita de pedras vulcânicas.
Vai querer levar pedras para o continente! E o pior é que trouxemos uma mala
vazia para levar coisas dos Açores. Não esperava é que fossem pedras, mas vá-se
lá entender... Pode ser que seja apenas a curiosidade do primeiro dia.
Depois do miradouro vamos até ao porto de pesca da caloura, situado numa
pequena baía muito agradável. Na ponta do molhe que protege a entrada dos
barcos há uma pequena zona balnear com uma piscina de água natural salgada.
Nesta altura do ano está vazia, mas no verão deve ser uma delícia.
As próximas localidades são Água de Alto e Vila Franca do Campo. Nesta
última descemos até à costa onde avistamos o Ilhéu da Vila, uma pequena
formação rochosa a pouca distância da costa. Tiramos as fotografias da praxe e
ainda encontramos uma Geocache ali por perto. Dali subimos até à Ermida de
Nossa Senhora da Paz.
A estrada até ao topo é desafiante para o nosso carro com
motor de 1000 cc e 5 passageiros, mas lá conseguimos chegar. Do estacionamento
ao topo ainda temos de subir vários lances de escadas, a lembrar o Bom Jesus de
Braga. Em cada lance há um painel de azulejos e as vistas panorâmicas são fantásticas.
No topo, a grande cruz ao lado capela marca o local. Chegamos perto da hora do
pôr do sol e está a começar a chover. Avistamos o Ilhéu lá em baixo e toda a
vila enquanto o sol se esconde entre os pingos da chuva. Antes de irmos embora
ainda tivemos tempo para encontrar mais uma Geocache, a segunda do dia.
Depois do pôr do sol fomos até Ponta Delgada para jantar. Estacionamos o
carro junto ao tribunal e fizemos um passeio a pé pela baixa. As ruas de
calçada tipicamente portuguesa levam-nos pelas portas da cidade até à Igreja
Matriz de São Sebastião, passando também pelo edifício da Câmara Municipal.
Pequenas ruas pedonais levam-nos por entre tascas típicas e lojas de produtos
regionais.

Depois de muita ponderação quanto ao restaurante para jantar,
terminamos a noite na casa de pasto O Avião. E que repasto foi o nosso! Queijo
regional com molho de pimentão para a entrada e bife à moda dos Açores
acompanhado de batata caseira. Belo petisco!