No dia seguinte ao banho à
chuva, levantamos cedo para irmos até à Igreja Adventista de Phuket que fica
muito perto do centro. Do hotel até lá levamos quase uma hora, pois há muito
trânsito mesmo a um sábado de manhã. Na igreja foi curioso que o sermão foi
falado em língua Inglesa por uma pessoa asiática e traduzido para Tailandês por
um ocidental. No final fomos convidados para almoçar com os irmãos. A igreja
fica no mesmo complexo que a escola. Almoçamos no refeitório da escola, um
espaço enorme coberto por um telheiro mas sem paredes. Durante ao almoço
ficamos à conversa com o tal rapaz ocidental que fez a tradução do sermão para
Tailandês. Explica-nos que os pais são missionários e que ele nasceu e sempre
viveu em Phuket, por isso é Tailandês nativo. Conta-nos um pouco da vida na
ilha, da economia principalmente assente no turismo e da grande comunidade
russa que aqui vive, daí vermos por toda a ilha placas informativas escritas em
russo. Para além da grande comunidade de expatriados russos, chegam durante
todo o ano magotes de turistas provenientes da Rússia.
O jovem Tailandês dá-nos
algumas dicas de locais para visitarmos durante o dia. Antes de iniciáramos o tour que ele nos sugeriu, passamos pelo Mission Hospital,
uma instituição também adventista com mais de 70 anos e que serve toda a
comunidade da ilha. Isto de viajar com profissionais de saúde tem destas
coisas!
Segue-se uma praia na
extremidade ocidental de Phuket, a Naihan Beach que é considerada pelo nosso
amigo a mais bela praia de toda a ilha. Acabamos por visitar também uma outra
praia logo ao lado, a Ao Sane Beach. Mad foi em Naihan Beach que fomos ao mar.
A praia está cheia de gente apesar de estar imenso vento e o céu nublado. Temos
mesmo alguma dificuldade em conseguir arranjar um espaço para pousar as toalhas
no areal grosso e castanho escuro. Parece algumas praias do Algarve à hora de
ponta! Mandamos uns mergulhos mas não se pode estar fora de água porque o vento
está terrível.
Deixamos a praia e seguimos
para o cabo Phromthep um local
com uma vista fantástica sobre o Índico. Pelo caminho paramos no Windmill
Viewpoint uma paragem menos turística, um segredo bem guardado pelos locais. Vistas
fabulosas de cortar a respiração e uma parelha de rapazes a fazerem poses “à la
Titanic” completam o cenário. O cabo Phromthep, pelo contrário, é uma paragem
obrigatória de autocarros de turistas e um dos locais mais fotografados da ilha.
A sorte é que a área é muito grande e ninguém tira a vista a ninguém.
É o monte
mais elevado na região sul de Phuket onde para além da vista, vários monumentos
despertam a curiosidade dos visitantes. Um deles é um farol museu onde estão em
exibição alguns instrumentos de navegação. Também é possível subir ao farol
para ver a vista do topo. No lado oposto um conjunto de elefantes coloridos em
forma de círculo chamam à atenção, enquanto uns noivos tiram fotografias nas
encostas com vista para o mar.
Descemos o monte desde o cabo
até Rawai Beach, uma pequena vila de pescadores, famosa pelos seus restaurantes
de peixe e marisco. Entramos por uma estrada de terra junto ao mar onde os
restaurantes se seguem uns atrás dos outros. Com tanto movimento de gente e a
estrada estreita, o trânsito é apertado. Seguimos até ao mercado do peixe onde
a confusão aumenta um pouco. É um local autêntico, longe do ambiente de resort,
onde se pode experimentar a vida real da ilha. Chegamos ao fim da estrada de
terra. Resta-nos invertermos a marcha e regressarmos ao alcatrão.
A próxima paragem no nosso
tour é Chalong Bay um pouco a norte. Aqui não há praia mas o mar está mesmo ali
ao lado da estrada em tons de verde esmeralda. É uma pequena cidade costeira,
porte de abrigo para muitas embarcações, com vários cais de acesso. É um dos
portos de onde se pode apanhar o barco para as ilhas Phi Phi, entre outras. Terminamos por aqui o tour no sul de Phuket e voltamos para cima, para a zona do hotel de onde saímos de manhã.
Acima de Kata Beach fica uma
das maiores extensões de areia de Phuket, que é Karon Beach. Aqui estão também
localizados alguns dos maiores e mais prestigiados resorts da ilha: Hilton, The Meridien, The Old Phuket, entre
outros. Apesar da oferta hoteleira, a praia continua cheia de lixo. Já chegamos
ao final da tarde e mais uma vez a chuva volta a aparecer. Nesta altura já
perdemos a esperança de “fazer praia”, mas pelo menos, já que aqui estamos pelo
menos fazemos uma visita às praias. Damos uma volta e seguimos para outra
praia.
Chegamos a Kata Noi Beach, uma
pequena praia logo abaixo de Kata Beach. A única estrada que leva até à praia não
tem saída. É um pequeno aglomerado de hotéis e restaurantes. A praia essa,
também está repleta de lixo. É impressionante como é que se pode deixar as
praias chegarem a este estado, mesmo debaixo das barbas de tão selectos resorts e hotéis!
Para terminar a noite vamos
até Patong Beach, a praia mais turística de Phuket. O movimento é tremendo como
ainda não se tinha visto em toda a ilha. Temos alguma dificuldade em estacionar
o carro mas lá arranjamos um espaço afastado da confusão. Seguimos a pé pelas
ruas de Patong. Pelo que li, só vem para Patong quem procura valente farra e
para já está a corresponder às expectativas. Passamos numa rua com bares ao ar
livre onde se faz a dança do varão à vista de quem quer que por ali passe. Os
empregados dos vários bares tentam chamar-nos com ofertas de descontos em
bebidas e sabe-se lá mais o quê. As ruas estão repletas de pessoas, entre elas,
muitos russos e agora tudo começa a fazer sentido. Isto é tudo menos
paradisíaco. Para além dos bares, ele é restaurantes e lojas por todo o lado. Nada de muito interessante, diga-se de passagem. É
também em Patong que fica o Hard Rock Café de Phuket, o que espelha o ambiente cosmopolita que aqui se vive. Passeamos pelas ruas
durante algum tempo até nos fartarmos e voltarmos ao hotel.
Para mim, chega de Phuket.