A partir deste ponto o relato de Macau
demarca-se em duas partes tão antagónicas como naturais dada a realidade desta
cidade. A primeira parte aborda a incursão que fizemos no mundo do jogo e nos
vários casinos, hotéis e shoppings que se misturam de um forma híbrida por toda
a cidade. Esta é aliás principal razão porque Macau é tão famoso no mundo
inteiro. Numa segunda parte apresento a viagem que fizemos na história pelo
passado cultural de Macau.
Voltemos à carteira, sim porque estávamos a
falar de carteiras vazias! Pois é, se alguém vem aqui a pensar em atestar a
carteira, desengane-se. Ainda que tragam a tal poção mágica de sorte e que o
dia corra bem no jogo, assim que abandoarem a mesa são atraídos, como que por
magnetismo, para a vastidão de lojas que se espalham por um mundo encantado,
onde por vezes custa a respirar modéstia. Aqui encontra-se de tudo o que se
possa imaginar, tanto ao gosto do ocidente como ao paladar mais oriental. O
mais importante é que todos se sintam satisfeitos nesta aldeia global de
consumismo. De facto a logística está toda preparada para se gastar dinheiro,
muito dinheiro, e não para se ganhar.
Apesar de não sermos adeptos do jogo nem de
carteiras recheadas (relativamente às carteiras somos como aqueles condutores que
não gostam de Porsches só porque conduzem um Fiat Uno), não podíamos deixar
passar a oportunidade de conhecer este “mundo encantado” mundialmente famoso.

Os
casinos são muitos, mesmo muitos, por isso não há maneira de os visitar todos.
Como já referi não se tratam apenas de casinos, a secção de jogo é apenas uma
parte de enormes complexos de hotéis e shoppings. Começamos pelo Galaxy um
imponente complexo que se ergue como fachada do centro da Vila de Taipa. Seguimos para o Venetian que segundo dizem é atualmente
o maior casino do mundo. Lá dentro as lojas perdem-se de vista e não fossem os
mapas disponibilizados nos diversos pontos de apoio ao visitante, muitos nunca
de lá sairiam. Com vários canais com pontes e gôndolas a lembrar Veneza é uma
das principais atrações da cidade. Os visitantes podem fazer um passeio de
gôndola pelo shopping acompanhados de traviatas entoadas em grande estilo pelos
gôndoleiros "importados", alguns quem sabe até de Itália. As salas de jogo do Venetian estão repletas de gente, sem comparação com os outros casinos por que vamos
passando. Á medida que a hora avança parece que cada vez mais gente vai
chegando ao casino! Este é definitivamente o casino da moda em Macau.
Seguimos agora pela Rua da Palha, depois pela Rua de São
Paulo até ao cruzamento com a Rua da Ressurreição naquela que é a zona mais
movimentada de Macau e também a mais turística. É o caminho que percorremos
para chegar às famosas ruinas de São Paulo, o cartão de visita de Macau. A
enorme escadaria que leva às ruinas está repleta de gente à procura da melhor
posição para tirar a “selfie” da
praxe, algumas do mais ridículo que se consiga imaginar. Mas temos de respeitar
os gostos de todos, ainda para mais quando estamos embrenhados numa cultura tão
diferente da nossa.