Dia 19
e 20 de Agosto
Antes de sairmos de St. Francis Bay, passamos
pela praia e pela zona dos canais. Uma parte muito bonita da cidade, onde o rio
desagua no mar, formando vários canais dentro da vila. Esta zona está cheia de
casas construídas a serpentear os canais, cada uma com um pequeno cais de
acesso. Os moradores só têm de encostar o barco ao seu cais, embarcar os
passageiros e partir rumo ao Oceano Índico.
Saindo de St. Francis Bay, fomos visitar o
Cape St. Francis, onde encontramos uma zona típica de veraneio, onde estava
muita gente a surfar. O dia estava bom, mas a água ainda assim não convidava
nem sequer a molhar os pés. Mas os surfistas não querem saber do frio, desde
que haja ondas. E nesse dia até estavam a dar umas direitas perfeitinhas.
De Cape St. Francis fomos até Jeffreys Bay, o
paraíso do Surf na East Coast Sul Africana. Notava-se o fraco movimento na
cidade, por ser inverno, mas mesmo assim ainda andava muita gente na rua e mais
malta na praia, uns a surfarem outros a jogarem Vólei e outros simplesmente a
apanhar sol. O comércio tinha algum movimento e mesmo antes de virmos embora,
decidimos visitar algumas lojas, em particular Surf shops, que aqui estão em
cada esquina. Encontramos uma retail
store da Billabong, outra da Rip Curl e uma grande loja da Quicksilver,
onde também visitamos um museu do Surf. Não pudemos deixar passar a
oportunidade de fazer algumas compras muito em conta. Estas foram só as lojas
que encontramos pelo caminho. Se tivéssemos procurado melhor, talvez ainda
encontrássemos mais. Mas definitivamente Jeffreys Bay vale a pena visitar.
Prosseguimos então a nossa viagem que daqui
para a frente ia ser grande.
Chegamos ao fim da Garden route em Porth Elizabeth. Começamos a subir a East Coast.
Até Porth Elizabeth foram 90Km’s. Aqui só
paramos para pôr combustível e arrancamos logo para East London, onde ficamos a
dormir. Foram mais 340 Km’s.
Depois de uma noite bem dormida em East London,
neste dia tínhamos de chegar a Durban: distância 690 Km’s; duração prevista da
viagem, 8 horas.
Estávamos mentalizados par ao pior, mas tinha
de ser. Colocamos no GPS o endereço dos nossos amigos Dário & Lisa e lá
fomos nós.
Passamos da East Coast para a Wild Coast.
(Nota: na altura em que escrevo estas linhas,
estamos na autoestrada a 70 Km’s de Durban)
A viagem começou bem com sol, calor e boas
estradas. Quando começamos a subir para o Transkei, o Sol desapareceu e as boas
estradas também. Passámos grande parte do dia a subir e descer montanhas.
Chegamos aos 1600m de altitude. Por aqui não se veem “Townships”, porque as
casas estão espalhadas pelas montanhas. É muito giro ver as casas espalhadas,
nas suas mais diversas cores. Passamos por várias cidades em que não se via uma
só pessoa branca. A viagem até foi engraçada não fossem as obras na estrada que
fomos encontrando pelo caminho. Por duas vezes tivemos parados durante algum
tempo, à espera que os veículos no sentido contrário passassem. A última vez
foram só 30 minutos. Nestas filas aparecem pessoas a venderem de tudo um pouco:
bebidas, fruta, sandes, doces, snacks, ... Com a brincadeira das obras a
duração da viagem passou de 8 para 10 horas. Nas cidades onde passamos é
engraçado ver o movimento de pessoas de um lado para o outro, pessoas à boleia
e os animais a passarem a estrada (vacas, ovelhas, cabras). É preciso ir sempre
com muita atenção na estrada não vamos atropelar alguém ou passar por cima de
uma vaca! Quando chega a hora de ponta então, por volta das 17:00, é o
pandemónio nas ruas e na estrada, com os táxis a apanharem e largarem as
pessoas à beira da estrada.
Finalmente entramos na autoestrada que nos
leva até Durban. Até aqui encontramos pessoas à boleia e a circularem a pé pela
autoestrada. Os táxis a pararem na berma, enfim.... só visto.
Com tudo isto, chegamos a Durban já de noite e
debaixo de chuva. Com a morada que nos deram, fomos diretos à casa dos nossos
amigos. Quando saímos do carro, sentimos logo a humidade típica desta zona e
apesar de estar mau tempo, não estava frio. Andava-se bem de t-shirt. A Lisa e o Dário tinham já preparada a
refeição e as crianças estavam entusiasmadas com a nossa chegada. O Dário
esteve a fazer um “braai” (churrasco) à chuva para termos grelhados ao jantar. Uma
comida típica Sul Africana: Mili-Pap (papas de milho) com um molho espetacular
feito pela Lisa e Bore Worse (salsicha fresca gigante enrolada) & frango
grelhado. Muito bom! Valeu o esforço do Dário, o qual nós estamos super
agradecidos. Afinal de contas tínhamos
passado o dia a conduzir.
Fomos pondo a conversa em dia e depois do
jantar puseram-nos ao corrente dos melhores locais para visitar em Durban. Pena
que eles tiveram de viajar nessa noite para Joanesburgo e assim não pudemos
passar mais tempo juntos. Mas fica para uma próxima vez, quem sabe dentro de
pouco tempo em Portugal.
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