Dia 16
de Agosto
O hotel em que ficamos em Mossel bay (Point Village Hotel)
ficava perto do farol da cidade, junto ao qual tinha umas rochas com miradouros
de onde se podiam avistar baleias. Mas daqui não vimos nenhuma. Nesse mesmo
local tinha uns bichos que habitavam no meio das rochas, que pareciam uns ratos
selvagens. Alguém tinha deixado cenouras e abóboras e eles estavam a fazer um
banquete. Mesmo assim ainda se aproximavam de nós em busca de mais qualquer
coisa.
A vista mar em Mossel bay é fantástica. Há uma
parte que parece que são dois mares independentes, fruto das rochas presentes
no mar. Do lado Oeste as ondas rebentam perpendicularmente às ondas do lado
Este. É neste último que vimos alguns surfistas já de noite a surfarem. Imagino
o frio que devia estar dentro de água! No lado Oeste as ondas rebentam de tal
maneira que galgam os passadiços de cimento e as rochas. Nesse espaço são
visíveis algumas cordas que devem servir para o pessoal no verão tomar banho
nas reentrâncias das rochas. Mas isto aqui até no verão deve ser gelado!
Saímos de Mossel bay em direção à serra. Assim
que entramos na primeira estrada de serra, tivemos que abrandar o carro, pois
na estrada estava um grupo de macacos pequenos, que à passagem dos carros se
escondiam para as árvores. Encostamos o carro à berma e ainda conseguimos
fotografar alguns nas mais diversas poses. Durante o caminho até ao nosso
primeiro destino fomos encontrando alguns bichinhos.
Para chegarmos a Oudtshoorn tivemos que passar uma serra, cujo ponto
mais alto marcava 860m de altitude. Não parece muito, mas o Citroen bem se viu
aflito! Depois deste ponto foi sempre a descer até entramos no Klein Karoo (em
Afrikaans Pequeno Karoo). Aqui as
avestruzes são as rainhas da paisagem. Por todo o lado existem “farms” que m
vez de vacas ou ovelhas, têm avestruzes.
O nosso primeiro destino foi Cango Caves. Mas
para aqui chegarmos, o meu sempre fiel companheiro de viagem Garmin, deu-nos o
prazer de experimentarmos um pouquinho da verdadeira África pura. Então
mandou-nos por uma estrada de terra batida, durante cerca de 10Km, pela qual
passamos algumas quintas de agricultores e muitos buracos. Foi giro, apesar de
termos ido com muito cuidado não fosse rebentar algum pneu. Mas ao fim dos 10Km
lá voltamos a encontrar a estrada de alcatrão.
A estrada que leva às Cango Caves termina ali.
Depois disso não há mais nada. Fomos então comprar os bilhetes. Existem duas
tours que se pode fazer: a standard e a aventura. A primeira leva uma 1h e
leva-nos às galerias mais amplas da gruta; a segunda leva 1h30m e passa pelas
galerias da primeira, mas depois leva-nos a umas “galerias” mais apertadinhas
onde temos de rastejar e tal. Dizem que existe uma parte a que chamam “Letter
box” que tem 27cm de altura, por onde só as “cartas” mais pequenas conseguem
passar. Bom mas à hora que chegamos a tour aventura já tinha começado e a
próxima era só dali a 1h:30m. Tivemos de optar pela tour standard com muita pena
nossa :( Mas para a próxima já sabemos o que temos de fazer. Mesmo assim deus
para desfrutar do espetáculo natural que esta gruta apresenta. São consideradas
as maiores grutas de estalactites do mundo. Têm 1,2km de extensão abertas ao
público, mas no total já foram explorados 5Km de gruta.
Saímos das grutas em direção à Cango Ostrich Farm, uma quinta de avestruzes que é da praxe visitar a
quem vêm a estas bandas. Aí pudemos dar-lhes de comer á mão. Têm um bico duro e
são brutas que se fartam, mas não picam. Beliscam :) Depois abraçamo-nos à
Betsie, a avestruz mais simpática da quinta. Seguiu-se o ponto alto da visita
que é montar a avestruz e “cavalgar” o bicho enquanto as forças o permitirem.
As senhoras são sempre acompanhadas pelos Jockeys. Os senhores são deixados ao
abandono em cima da ave e têm de se aguentar à bronca. A Marisa conseguiu
montar durante algum tempo e depois desequilibrou-se, mas foi amparada. Eu
depois de ser largado, aguentei-me um bom tempo. Corri quase o recinto todo e já
me sentia um cowboy do farwest montado numa avestruz. O pior foi para sair. É
que aquilo não tem travões nem rédeas! Então o que sucede? Antes de começarmos
a viagem, temos que cruzar as pernas em baixo da barriga, agarramos com as mãos
as asas com força e inclinamos o corpo para trás. Para sair abrimos as pernas e
depois largamos as asas. Quando abri as pernas, o bicho deu uma guinada e eu
desiquilibrei-me e fui ao chão :) Mas sai em grande pompa. Depois dos turistas
terem experimentado foi então a vez do Jockey mostrar as suas habilidades.
Afinal aquilo até se consegue virar e travar, basta usar o pescoço da avestruz.
Quando se quer virar para um lado, empurra-se o pescoço dela para esse lado,
para travar, puxa-se o pescoço para traz, como o travão de mão. Mas tudo com
muita delicadeza para não magoar o bichinho. Ora se eu soubesse desta técnica, com
certeza teria feito melhor figura. Para a próxima já não me enganam :)
Depois destas aventuras pusemo-nos ao caminho
em direção a Knysna onde fomos dormir. Mas sobre
esta cidade no próximo diário.
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