Africa do Sul 2012 - Diário 6 (16 de Agosto)


Dia 16 de Agosto

O hotel em que ficamos em Mossel bay (Point Village Hotel) ficava perto do farol da cidade, junto ao qual tinha umas rochas com miradouros de onde se podiam avistar baleias. Mas daqui não vimos nenhuma. Nesse mesmo local tinha uns bichos que habitavam no meio das rochas, que pareciam uns ratos selvagens. Alguém tinha deixado cenouras e abóboras e eles estavam a fazer um banquete. Mesmo assim ainda se aproximavam de nós em busca de mais qualquer coisa.
A vista mar em Mossel bay é fantástica. Há uma parte que parece que são dois mares independentes, fruto das rochas presentes no mar. Do lado Oeste as ondas rebentam perpendicularmente às ondas do lado Este. É neste último que vimos alguns surfistas já de noite a surfarem. Imagino o frio que devia estar dentro de água! No lado Oeste as ondas rebentam de tal maneira que galgam os passadiços de cimento e as rochas. Nesse espaço são visíveis algumas cordas que devem servir para o pessoal no verão tomar banho nas reentrâncias das rochas. Mas isto aqui até no verão deve ser gelado!
Saímos de Mossel bay em direção à serra. Assim que entramos na primeira estrada de serra, tivemos que abrandar o carro, pois na estrada estava um grupo de macacos pequenos, que à passagem dos carros se escondiam para as árvores. Encostamos o carro à berma e ainda conseguimos fotografar alguns nas mais diversas poses. Durante o caminho até ao nosso primeiro destino fomos encontrando alguns bichinhos.
Para chegarmos a Oudtshoorn  tivemos que passar uma serra, cujo ponto mais alto marcava 860m de altitude. Não parece muito, mas o Citroen bem se viu aflito! Depois deste ponto foi sempre a descer até entramos no Klein Karoo (em Afrikaans Pequeno Karoo).  Aqui as avestruzes são as rainhas da paisagem. Por todo o lado existem “farms” que m vez de vacas ou ovelhas, têm avestruzes.

O nosso primeiro destino foi Cango Caves. Mas para aqui chegarmos, o meu sempre fiel companheiro de viagem Garmin, deu-nos o prazer de experimentarmos um pouquinho da verdadeira África pura. Então mandou-nos por uma estrada de terra batida, durante cerca de 10Km, pela qual passamos algumas quintas de agricultores e muitos buracos. Foi giro, apesar de termos ido com muito cuidado não fosse rebentar algum pneu. Mas ao fim dos 10Km lá voltamos a encontrar a estrada de alcatrão.
A estrada que leva às Cango Caves termina ali. Depois disso não há mais nada. Fomos então comprar os bilhetes. Existem duas tours que se pode fazer: a standard e a aventura. A primeira leva uma 1h e leva-nos às galerias mais amplas da gruta; a segunda leva 1h30m e passa pelas galerias da primeira, mas depois leva-nos a umas “galerias” mais apertadinhas onde temos de rastejar e tal. Dizem que existe uma parte a que chamam “Letter box” que tem 27cm de altura, por onde só as “cartas” mais pequenas conseguem passar. Bom mas à hora que chegamos a tour aventura já tinha começado e a próxima era só dali a 1h:30m. Tivemos de optar pela tour standard com muita pena nossa :( Mas para a próxima já sabemos o que temos de fazer. Mesmo assim deus para desfrutar do espetáculo natural que esta gruta apresenta. São consideradas as maiores grutas de estalactites do mundo. Têm 1,2km de extensão abertas ao público, mas no total já foram explorados 5Km de gruta.

Saímos das grutas em direção à Cango Ostrich Farm, uma quinta de avestruzes que é da praxe visitar a quem vêm a estas bandas. Aí pudemos dar-lhes de comer á mão. Têm um bico duro e são brutas que se fartam, mas não picam. Beliscam :) Depois abraçamo-nos à Betsie, a avestruz mais simpática da quinta. Seguiu-se o ponto alto da visita que é montar a avestruz e “cavalgar” o bicho enquanto as forças o permitirem. As senhoras são sempre acompanhadas pelos Jockeys. Os senhores são deixados ao abandono em cima da ave e têm de se aguentar à bronca. A Marisa conseguiu montar durante algum tempo e depois desequilibrou-se, mas foi amparada. Eu depois de ser largado, aguentei-me um bom tempo. Corri quase o recinto todo e já me sentia um cowboy do farwest montado numa avestruz. O pior foi para sair. É que aquilo não tem travões nem rédeas! Então o que sucede? Antes de começarmos a viagem, temos que cruzar as pernas em baixo da barriga, agarramos com as mãos as asas com força e inclinamos o corpo para trás. Para sair abrimos as pernas e depois largamos as asas. Quando abri as pernas, o bicho deu uma guinada e eu desiquilibrei-me e fui ao chão :) Mas sai em grande pompa. Depois dos turistas terem experimentado foi então a vez do Jockey mostrar as suas habilidades. Afinal aquilo até se consegue virar e travar, basta usar o pescoço da avestruz. Quando se quer virar para um lado, empurra-se o pescoço dela para esse lado, para travar, puxa-se o pescoço para traz, como o travão de mão. Mas tudo com muita delicadeza para não magoar o bichinho. Ora se eu soubesse desta técnica, com certeza teria feito melhor figura. Para a próxima já não me enganam :)

Depois destas aventuras pusemo-nos ao caminho em direção a Knysna onde fomos dormir. Mas sobre esta cidade no próximo diário.

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