Dia 24
de Agosto
Hoje levantamos cedo, porque tínhamos um
grande dia pela frente. Ás 8 horas em ponto, começamos o nosso “Big game drive”
que é um passeio de Jeep pelo parque com a duração de 2,5 horas. Fomos com um
guia que nos foi explicando a fauna e a flora do parque. Começamos por ver
impalas, antílopes, e muitas espécies de pássaros. Mas o momento alto do safari
foi quando entramos na parte dos leões e elefantes. Aqui só se pode entrar com
os guias, não podemos ir no nosso carro. O portão está fechado com cadeado e
antes de abrir o portão o guia espreita cuidadosamente em redor, não vá estar
por ali algum leão e escapar-se para fora da sua zona. Os leões caçam de noite
e descansam de dia, por isso não ia ser fácil encontra-los. Ainda para mais, eles
são da cor da savana e como nesta altura está tudo seco, conseguem camuflar-se
muito bem. Vimos impalas por todo o lado e também alguns kudus. Chegamos a um
charco onde estavam elefantes a beber água e muitos pássaros. Ali permanecemos
alguns momentos a apreciar um cenário natural magnifico. Um elefante macho
novinho, veio ter connosco ao carro e ali esteve a fazer umas brincadeiras com
a tromba. Parecia que estava a pousar mara a fotografia!
Seguimos pelo parque passando sempre por
vários animais, mas leões é que nada. O guia tinha-nos pedido ajuda para
tentarmos avistar os leões, porque nesta altura do dia é muito difícil. Lá
fomos andando até que avistamos um leão a passear ao longe num caminho já mesmo
no final da área consignada para os leões. Dirigimo-nos até ele até estarmos
bem próximos. É realmente o rei da selva. Majestoso com a sua juba, de porte
ágil e atlético, metendo o maior respeito a qualquer um! O leão andava a
espreitar a cerca para o outro lado porque estava a ver impalas ao longe. Mas não
sei o que lhe deu porque do lado onde estávamos eles tinham muito para caçar
também: impalas, antílopes, kudus, entre outros. Até zebras há deste lado, mas
não avistamos nenhuma. Os leões só não se metem é com os elefantes. Têm-lhes
respeito e não fazem farinha com eles.
As impalas quando estão apertadas pelos leões, por vezes dirigem-se para o pé
dos elefantes. Estivemos tão perto do leão, que uma das vezes que ele passou à
frente do carro a olhar para nós, sentimo-nos tão pequenos como se fossemos
seres insignificantes. Bom, o guia andou para ali com o Jeep para trás e para a
frente para seguirmos o leão e para o tentarmos afastar da cerca, pois ele não
queria que nos fotos aparecesse a cerca, para não se pensar que os bichos estão
presos. Nada disso, o espaço delimitado onde estavam os leões e tantos outros
animais têm uma área de 7.000 hectares. O parque está dividido em três secções
para manter o equilíbrio do sistema: a secção dos Leões, Rinocerontes e secção
central, na qual não existem animais grandes. No total o parque têm 35.000
hectares, uma área a perder de vista.
Depois do encontro com o leão (só conseguimos
ver um) passamos para a parte dos rinocerontes, onde vimos alguns destes
simpáticos animais e muitos outros. Não conseguimos ver zebras nem girafas. Mas
já tínhamos encontrado uma girafa pelo caminho, por isso menos mal.
Terminado o nosso safari era hora de nos
dirigirmos para a fronteira de Moçambique. A entrada na Suazilândia correu bem,
por isso nada fazia prever o stress que tivemos para sair do reino. Já depois
de termos carimbado os passaportes o senhor que estava na cancela à saída da
Swazilândia, decidiu que tínhamos de ter
uma cópia do registo de propriedade do veículo, coisa que as rente-a-car’s
nunca providenciam. Geralmente basta o documento do aluguer, e no nosso caso
até tínhamos um formulário que autorizava o carro a sair do país. Mas pelos
vistos não foi suficiente. Fomos então ligar para a companhia para que nos
enviasse a cópia do documento por fax. Fomos até ao posto dos correios, um
desterro junto á fronteira, pedimos o número de fax e esperamos que o fax
chegasse ali ao fim do mundo. Tivemos duas horas á espera que na África do Sul
conseguissem arranjar o documento. Depois de alguns telefonemas, o fax lá
chegou. Mesmo antes de chegar o nosso fax, estavam outros turistas a chegar aos
correios que tiveram o mesmo problema na fronteira. Falavam português e nós
contamos-lhes logo o filme todo para eles se irem preparando.
Passado este episódio lá saímos da
Suazilândia. Depois ainda tínhamos a parte de entrar em Moçambique. Aqui foi
tranquilo. Depois de ter pago 66€ pelo meu visto de entrada e Marisa não ter
pago nada com o passaporte Sul Africano, lá entramos para a então colónia
Portuguesa. Da Namacha a Maputo foi perto de uma hora de viagem. Quando
entramos na cidade, fomos imediatamente absorvidos pela selva urbana. Ao
contrário das cidades na África do Sul, Maputo é extremamente suja e
esburacada. Mesmo em África, parece que chegamos a outro mundo. Com o atraso na
fronteira chegamos a Maputo mesmo à hora de ponta. Levamos mais de 30 minutos
para percorrer a Av. 24 de Julho até chegarmos ao nossos hotel, que ficava já
quase no fim da avenida.
Depois de instalados, fomos tratar do jantar,
que a fome já apertava. Fomos ao famoso Piripiri que fica pertíssimo do hotel,
e comemos o prato típico que é Frango no churrasco! O restaurante estava cheio
e enquanto comíamos já algumas pessoas estavam de pé à espera de mesa. Depois
de jantar fomos ao aeroporto de Maputo buscar os nossos amigos Wesley e Carla,
que chegavam de Luanda, via Joanesburgo.
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